sexta-feira, 9 de abril de 2010

5º TIPO DE PAPEL ENCONTRADO

Papel Nº 3

Observações: Este tipo de papel foi empregado na impressão dos selos Cruzeiros e Tintureiro. Em ambos os padrões são chamados de Papel B. No caso dos selos Cruzeiros, esse tipo de papel começou a ser usado em Outubro de l890. Nos selos Tintureiro, em Setembro de l891.

Descrição Geral:
Trata-se de um papel fortemente tratado com gesso, que o recobre homogeneamente com uma espessa camada. A superfície do anverso é lisa; o verso é áspero. Em geral esse tipo de papel é duro e de aspecto cartonado.

Estrutura:
Possui uma trama vertical, fina e nítida.

Espessura:
Varia entre 90 e 105 micra. É o mais grosso de todos os papéis utilizados no período em exame.

Paradigma:
O selo de 50 réis (Cruzeiros), na cor Azul Safira, quando em papel espesso. É inconfundível.

Observações:
a) Nos selos Tintureiro esse tipo de papel é bastante escasso.
b) Não deve jamais ser confundido com o papel gessado de 1894, que possui características bem diferentes.

Nota: Este artigo terá continuidade nos blogs seguintes.

4º TIPO DE PAPEL ENCONTRADO


PAPEL Nº 2

Observação: Este papel foi empregado tanto nos selos Cruzeiros, quanto na emissão seguinte, Tintureiro. Na primeira emissão ele surgiu em Maio de 1890. Na emissão seguinte, em Junho de 1891. Costumeiramente é chamado de Papel C (nos Cruzeiros) e Papel A (no Tintureiro).

Descrição Geral:
Trata-se de um papel espesso, muito fofo, bastante pardacento, com um aspecto de feltro. Examinado com uma boa lente pode-se facilmente identificar que suas fibras são quase só de madeira.

Estrutura:
Trama vertical fina, pouco pronunciada (nos selos Cruzeiros) ou horizontal (no Tintureiro).

Espessura:
Varia entre 85 e 95 micra.

Paradigma:
Podemos considerar, com absoluta segurança, que os selos de 100 réis Tintureiro, quando têm o centro impresso na cor carmim (laca de garança), só existem nesse tipo de papel.

Observação:
Devido à má qualidade desse tipo de papel os selos com ele impressos são geralmente "tintados".

Nota: Este artigo terá continuação nos blogs seguintes.

3º TIPO DE PAPEL ENCONTRADO

Papel Nº 1B

Descrição Geral:
Trata-se de uma NOVA VARIANTE do primeiro tipo de papel. Chamamos a atenção para o fato de que se trata de um tipo bem mais escasso que os precedentes. É provável tratar-se de alguma sobra de papéis em estoque, pois não foi mais empregado nas emissões que se seguiram.

Estrutura:
É um papel sem trama alguma, encontrado apenas nos valores de 20 réis, 200 réis (tipo II) e 300 réis.

Espessura:
Variando entre 55 e 65 micra.

Paradigma:
Não há como especificar. A única característica é o fato de não possuir trama visível.

Nota: Este estudo terá continuação nos blogs seguintes.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

2º TIPO DE PAPEL ENCONTRADO

PAPEL Nº 1 A


Descrição Geral: Na verdade trata-se de uma "variante" do primeiro papel, geralmente "mais fina" e cuja característica principal é a sua acentuada "transparência". Também foi usado exclusivamente nos selos do padrão Cruzeiros. O início do uso foi em Maio de 1890.

Estrutura: Quanto ao aspecto geral sua estrutura é igual ao tipo anterior, chamado Papel Nº 1. Há, porém, exemplares de 200 réis (tipo I) e do 300 réis (ultramar) com a trama no sentido horizontal.

Espessura: Praticamente idêntica ao do tipo anterior.

Paradigma: O selo de 300 réis, na cor ultramar, é sempre nesse papel.

Nota: O presente trabalho terá continuação nos próximos blogs.

PRIMEIRO TIPO DE PAPEL ENCONTRADO

PAPEL Nº 1

Somente encontrado nos selos do padrão Cruzeiros. Início do uso: Fevereiro de 1890. Geralmente chamado de Papel "A".

Descrição Geral: Papel com fibras de madeira, fofo e poroso, sujeito ao amarelecimento quando exposto ao sol, ou mesmo pela ação do tempo. A superfície do anverso é levemente acetinada. O verso é áspero e irregular. Não é translúcido, dando, por vezes, a impressão - quando examinado pelo verso - de se tratar de um papel bastante grosso.

Estrutura: Trama forte e bem nítida, predominantemente vertical. No entanto, são conhecidos exemplares de 20 réis e de 200 réis (tipo I), com a trama horizontal. Quando examinados contra a luz a sua estrutura apresenta inúmeras pequenas manchas mais escuras, na direção vertical.

Espessura: Entre 55 e 65 micra.

Paradigma: O selo de 100 réis, gravado, na cor malva, que é sempre impresso nesse papel.

Nota: Este trabalho terá continuação nos próximos blogs.


CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO SISTEMÁTICA DOS DIVERSOS PAPÉIS EMPREGADOS NOS QUATRO PRIMEIROS PADRÕES DE SELOS REPUBLICANOS

INTRODUÇÃO
Advertimos aos nossos leitores e amigos que este trabalho, elaborado há mais de 20 anos, é uma COMPILAÇÃO de diversas obras, fruto de pesquisas de renomados autores e tem por único objetivo UNIFICAR as descrições, com o máximo possível de detalhes, a fim de FACILITAR uma perfeita IDENTIFICAÇÃO dos diversos tipos de papel empregados na fabricação de nossos primeiros selos postais republicanos.
Antes de mais nada é preciso explicar que durante muitos anos os autores deste despretencioso trabalho vinham já desenvolvendo, em conjunto, as mais variadas pesquisas filatélicas, principalmente no que diz respeito aos selos ordinários da República, uma vez que sempre acreditaram na premissa de que somente trabalhos em equipe podem levar a bom termo estudos dessa natureza.
Desse intercâmbio constante e frequente de informações, surgiu - por volta do final dos anos oitenta - a ideia de se compilar uma listagem cronológica e sistemática, com a indicação precisa de paradigmas, dos papéis usados nas quatro primeiras séries republicanas, muitos dos quais, diga-se de passagem, se repetem em duas ou até nas quatro séries.
O esquema seguido no presente trabalho foi o seguinte: os papéis estão ordenados pela ORDEM DE APARECIMENTO, numa catalogação NUMÉRICA e, ainda, identificados pelas LETRAS com que costumam sem conhecidos pelos filatelistas especializados, que sempre empregaram o sistema alfabético criado pelo saudoso mestre Helmuth Ponge.
Na redação dos textos descritivos de cada tipo de papel foram utilizados dados constantes de pesquisas realizadas pelos distintos filatelistas: Horst Flatau, Helmuth Ponge, Eliziário Bahiana, Dorvelino Guatemozim, Mário Branco, Sérgio Laux e José de Oliveira Pinho, todos eles renomados pesquisadores, aos quais deixamos aqui o nosso tributo de admiração e respeito.
Em alguns casos as DATAS apresentadas poderão até divergir quanto àquelas comumente reconhecidas; todavia, são datas constantes de peças existentes nas coleções dos AUTORES, que apresentam obliterações mais recuadas que as tradicionalmente conhecidas.
Em abril de 2000, um dos autores conseguiu fazer publicar essa descrição na edição Nº 28 da Revista MOSAICO, publicada pela Câmara Brasileira de Filatelia (páginas 85 a 92), embora sem essa introdução.
Infelizmente, no decorrer do tempo, um dos autores veio a falecer, o que impediu a continuidade das diversas pesquisas que vinham sendo feitas, principalmente no tocante ao estudo dos carimbos dos primórdios da República. Seja como for, ao darmos nova divulgação à esse trabalho estamos certos de estarmos prestando uma homenagem ao grande amigo e companheiro de todas as horas, Dr. Armando Ribeiro.
Os Autores
Marlino Moreira dos Santos
Armando Ribeiro (in memoriam)

terça-feira, 16 de março de 2010

Meu Perfil

Meu nome é MARLINO MOREIRA DOS SANTOS, coleciono selos desde a mais tenra idade e sempre dei preferência àqueles "mais difíceis e mais complicados" de se classificar. Por volta dos 15 anos eu já adorava os selos regulares brasileiros das emissões "Vovó & Netinha". Alguns anos mais tarde eu me especializei nas primeiras emissões republicanas: "Cruzeiros", "Tintureiro", "Cabecinha" e "Madrugada Republicana". Pesquisei milhares de peças, selecionando variedades e carimbos.
Hoje em dia, estando já aposentado, disponho de mais tempo para me dedicar aos amados selos e continuo com minhas pesquisas, principalmente na área de carimbos republicanos dos primeiros anos.
No decorrer de minha vida filatélica tive a ventura de privar da amizade de inúmeros mestres do passado, a quem devo tudo aquilo que aprendi: Mário Branco, Armando Ribeiro, Ivo Ferreira da Costa e muitos outros. Convivi com grandes colecionadores de outras áreas da filatelia, tais como: Hugo Fracarolli, Humberto Cerrutti, Almirante Macedo e tantos outros, que seria longo demais tentar citá-los.
Estou iniciando este meu "blog" com o intuito de deixar registrado o fruto de meus trabalhos de pesquisas, muitos deles elaborados com a colaboração de amigos que muito me ajudaram durante muitos anos. Procurarei, também, deixar registrado transcrições de trabalhos de outros autores que, por motivos diversos, durante suas vidas não conseguiram ver suas pesquisas divulgadas. Creio que é chegado o momento da filatelia brasileira manter uma espécie de "banco de dados" onde as futuras gerações de colecionadores possam encontrar, pelo menos, alguma informação vital para suas coleções. Todos nós sabemos que a nossa filatelia é falha em livros editados e, por isso, sempre ouço pedidos de informação.
Aguardem, pois, as novas e futuras postagens.
Marlino